Ter um filho é um momento muito especial, repleto de alegria e amor, mas também de enormes responsabilidades. Em alguns casos, a notícia vem repentinamente, e daí nem dá tempo de pensar em muita coisa. Mas, quando há possibilidade de programar a chegada do bebê, as chances de uma gravidez tranquila e saudável são muito maiores.
Para mulheres que vão passar pela primeira gravidez, as “mamães de primeira viagem”, o planejamento é ainda mais importante. Afinal, a vida muda muito com a chegada de um bebê, e é preciso preparar-se adequadamente para esse momento.
O primeiro passo para a futura mamãe é buscar dentro de si a certeza de querer engravidar. Afinal, é a mulher quem vai gerar a criança, ter seu corpo transformado durante a gestação e se dedicar integralmente ao bebê – principalmente no primeiro ano de vida dele.
A busca dessa certeza, no entanto, não deve ser influenciada apenas pelo desejo. Antes de pensar em engravidar, a mulher deve avaliar uma série de fatores que certamente contribuirão para uma gravidez mais tranquila.
Nesse sentido, a questão econômica é muito relevante. Todos os envolvidos no orçamento familiar devem conversar e fazer uma estimativa de gastos, considerando inclusive aqueles relativos ao final da gravidez – exames, roupas etc. – e verificar as condições de arcar com eles.
Veja algumas dicas para um bom planejamento financeiro da primeira gravidez.
É importante avaliar também o ambiente em que o bebê irá nascer, incluindo-se aí o espaço físico da casa, os serviços oferecidos na região (como escolas) e a proximidade de parentes e amigos que possam ajudar. Essa reflexão é importante para, se necessário, planejar uma reforma ou uma mudança para outro endereço.
Procurando ajuda médica
Uma vez que a decisão está tomada, é hora de procurar um ginecologista obstetra, mesmo antes de parar de se prevenir. Especialistas recomendam que essa visita ocorra ao menos três meses antes de efetivamente engravidar.
Uma relação de confiança com o obstetra, aliás, é fundamental. Desde a primeira consulta, ele precisa conhecer a história clínica e os antecedentes pessoais e familiares da gestante; seus hábitos e vícios; cirurgias e exames prévios; bem como os medicamentos usados.
E mais: ao iniciar o pré-natal antes de tentar engravidar, o obstetra vai poder orientar a futura mamãe sobre a preparação para a gravidez e identificar, por meio de exames:
- Alterações hormonais que podem afetar a gestação;
- Doenças na gestante, como hipertensão arterial e diabetes, que podem ser tratadas previamente;
Saiba mais sobre a importância do pré-natal para uma gravidez saudável
Cuidados redobrados quando a gravidez for tardia
Nas últimas décadas, com o aumento da expectativa de vida e da participação das mulheres no mercado de trabalho, tem sido cada vez mais comum postergar a gravidez para um momento de maior estabilidade.
A principal questão que se coloca a partir daí é que as chances de uma mulher engravidar diminuem com a idade, sobretudo a partir dos 40 anos, e um acompanhamento obstétrico se torna ainda mais importante.
Caso haja dificuldades para engravidar, o médico pode indicar diversas técnicas que tentam contornar essa situação, como tratamentos com hormônios que estimulam a ovulação; inserção de espermatozoides diretamente no útero (inseminação artificial); e a fecundação “in vitro” (FIV), técnica que utiliza óvulos próprios ou de doadoras.
Além da questão da fertilidade, o acompanhamento médico também é importante para detectar o eventual surgimento de alguma doença para a qual a mulher tenha predisposição, o que é mais comum na gravidez tardia.
A exposição desses cuidados não devem desanimar as pretendentes. Muito pelo contrário! Com os avanços da medicina, uma mulher em boas condições de saúde e com um acompanhamento médico adequado pode ter uma gravidez tardia sem complicações.
Outros cuidados importantes
- Aproveite o tempo antes de engravidar: desfrute a vida sem filhos e realize antigos desejos, como uma viagem. Caso perceba que precisa de mais tempo para realizar tais planos, vale avaliar a possibilidade de adiar a gravidez por alguns meses.
- Tome ácido fólico: trata-se de uma vitamina, não um remédio, que ajuda a prevenir problemas de malformação do bebê. Se você estiver pensando em engravidar, portanto, deve tomar o suplemento diariamente, desde antes da concepção.
- Faça atividade física regularmente: um bom programa de exercícios, além de todos os benefícios associados a atividades físicas, vai lhe dar a força e a resistência necessárias para carregar o peso extra da gravidez e aguentar o estresse físico do parto.
Isso sem contar que “malhar”, com a liberação da serotonina, ajuda a melhorar o humor – o que é muito importante para evitar a tristeza, ansiedade ou depressão, questões relativamente comuns nessa fase.
- Reduza seu consumo de cafeína: pesquisas indicam que o excesso de cafeína pode contribuir para o risco de o bebê nascer abaixo do peso. Por isso, diminua a quantidade de café, refrigerantes à base de cola e alguns chás, como o preto.
Dica: a quantidade máxima aceitável é de três cafezinhos por dia, mas o ideal é reduzir o consumo ainda mais.
- Pare de fumar: mulheres que fumam têm maior risco de aborto espontâneo, de parto prematuro e de ter um bebê de baixo peso. Quanto antes a pessoa parar, portanto, maiores serão os benefícios para a saúde do bebê. E lembre-se: não existem níveis seguros de consumo de tabaco.
- Atenção com as bebidas alcóolicas: não existe um consenso sobre quantidade que causa problemas ao bebê, apenas que o consumo regular faz mal a ele. Nesse sentido, obstetras costumam indicar um consumo moderado e eventual de álcool, respeitando o limite de duas doses por dia, até duas vezes por semana.
Importante: essa postura, até certo ponto flexível, contrasta com a do Ministério de Saúde, que sugere a suspensão total de álcool durante a gravidez. Por isso, antes de tomar bebidas durante a gravidez, fale com seu obstetra.