Usuários de planos de saúde estão comendo mais frutas e verduras

Pesquisa mostra ainda que número de fumantes diminuiu, mas que a obesidade vem crescendo

Nos últimos nove anos, muita coisa mudou na vida dos beneficiários de planos de saúde. Nesse período, muita gente deixou de fumar, o que é uma ótima notícia. Outros tantos, porém, passaram a sofrer com sobrepeso ou obesidade.

Isso é o que mostra a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) Brasil 2015, realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Trata-se do quarto levantamento da série, que começou em 2008.

Na pesquisa, mais de 30 mil beneficiários de planos de saúde de 26 capitais e do Distrito Federal responderam a perguntas sobre hábitos alimentares, atividade física, obesidade, tabagismo etc.

O objetivo, segundo descrito no próprio levantamento, é avaliar como andam os fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como neoplasias, doenças vasculares e respiratórias crônicas.

Neste post, conheça os principais resultados, o que pode ser comemorado, e o que deve servir de alerta para a população e para as empresas, principais contratantes de planos de saúde no Brasil.

Boas notícias

Comparados com a primeira pesquisa Vigitel, de 2008, os resultados revelaram algumas boas notícias: as pessoas estão fumando menos, o sedentarismo vem caindo e o consumo de verduras e frutas, aumentando. Veja abaixo.

Número de fumantes: o percentual de pessoas que se declararam fumantes ficou em 7,2%, abaixo dos 12,4% identificados em 2008 (uma queda de quase 42%).

Além disso, o número de pessoas que fumam 20 ou mais cigarros por dia caiu de 3,6% para 1,9%.

Consumo de frutas e hortaliças: 32,9% das pessoas que participaram do estudo declararam consumir cinco ou mais porções diárias de frutas e hortaliças, durante cinco ou mais dias da semana, um aumento de 21,8% em relação a 2008 (quando o percentual foi de 27%).

Atividade física: a proporção de indivíduos fisicamente inativos, ou sedentários, caiu de 19,1% para 16%, uma redução de 16,2%.

Acesse aqui o resultado da pesquisa na íntegra

Notícias preocupantes

A despeito da melhora nos números acima, os dados sobre obesidade ainda preocupam os pesquisadores. Entenda.

Pessoas com sobrepeso: a pesquisa aponta que a proporção de beneficiários com excesso de peso é de 52,3% (em 2008 eram 46,5%), o que significa um crescimento de 12,5% em relação ao primeiro levantamento.

Obesidade: o número de indivíduos obesos representa 17% dos entrevistados, contra 12,5% em 2008, um crescimento de 36%.

Importante: para a pesquisa, são consideradas com excesso de peso pessoas com índice de massa corporal (IMC) igual ou acima de 25. Já as obesas são aquelas com IMC igual ou acima de 30. O resultado é obtido pela divisão do peso do indivíduo pela altura ao quadrado.

Saiba mais sobre obesidade e o cálculo do IMC

Conclusões

Uma breve análise dos dados acima mostra que mais pessoas estão buscando um estilo de vida saudável, procurando fazer atividades físicas e comer melhor.

Trata-se de um bom resultado, é claro, mas que ainda não se reflete na redução do peso da população, o que é evidenciado pela tendência de crescimento das taxas de pessoas com sobrepeso e obesos.

Em entrevista para o jornal Monitor Mercantil, a diretora de Normas e Habilitação dos Produtos da ANS, Karla Santa Cruz Coelho, afirmou que os resultados apontam para a necessidade do estímulo à adoção de hábitos de vida saudáveis, que incluem atividades físicas regulares e melhorias na alimentação.

Do ponto de vista da ANS, isso significa estímulo às operadoras para a incorporação de ações de Promoção da Saúde e Prevenção de Riscos e Doenças, “criados para gerar resultados específicos ou efeitos em um grupo relativamente bem definido de pessoas, com o objetivo de identificar problemas de forma oportuna e proceder o monitoramento dos riscos em saúde”.

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