Dores de ouvido são tão comuns na infância que é bem fácil conhecer alguém com lembranças amargas desse tipo de crise. As causas desse incômodo são várias, e a mais comum é a inflamação do sistema auditivo, conhecida como otite.
No inverno, um tipo específico de otite é o mais comum, principalmente em crianças. Trata-se da otite média aguda, inflamação que se localiza na região mais interna do ouvido, conhecida por ouvido médio, um pequeno espaço cheio de ar atrás do tímpano.
As principais causas desse tipo de otite são vírus e bactérias que provocam gripes, resfriados e infecções na garganta. A incidência aumenta, portanto, por que essas doenças são mais comuns nesta época do ano, quando o frio é mais intenso.
O problema é muito mais comum do que você imagina. Estudos indicam que bebês de 6 a 12 meses têm 60% de chance de contrair otite após episódios de resfriado; e que três em cada quatro crianças vão sofrer com ela pelo menos uma vez até os 3 anos.
Por ser um problema tão comum, é preciso ter atenção com seus sintomas, saber quem procurar, como prevenir, não é mesmo? Por isso, reunimos sete dicas valiosas sobre o assunto. Confira.
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- A otite média é o único tipo de infecção no ouvido?
Não. A otite média aguda é a mais comum, principalmente no inverno. Outro tipo de otite, que surge mais no verão, é a do tipo externa. Como o próprio nome diz, esse tipo de otite se caracteriza pelas inflamações do conduto auditivo externo. Ela costuma se manifestar principalmente por acúmulo de água no ouvido.
2. Quais os principais fatores de risco para a otite?
Além do frio, que aumenta a incidência de infecções por vírus e bactérias, e da idade, os principais fatores de risco são os seguintes:
- Histórico familiar;
- Alergias respiratórias;
- Baixa qualidade do ar;
- Exposição à fumaça do cigarro;
- Amamentação deficiente;
- Convivência em creches;
- Doenças congênitas, como fenda palatina ou síndrome de Down.
3. Quais são os sintomas da otite média aguda?
Os principais sintomas são:
- Dor e febre;
- Diminuição da audição;
- Secreção nos ouvidos;
- Dor de cabeça;
- Irritação.
Entre os bebês, o sinal mais claro é o choro intenso e ininterrupto, até na hora da amamentação.
4. Como a otite é diagnosticada?
Otites geralmente são diagnosticadas pelo pediatra ou otorrinolaringologista através do histórico de saúde e de diversos exames auditivos. O médico, por exemplo, pode ver se o tímpano se move livremente quando um aparelho chamado otoscópio pneumático empurra o ar para dentro do ouvido.
Ainda podem sem pedidos exames de sangue, que são solicitados caso haja sinais de problemas imunológicos.
5. Qual o tratamento para a doença?
O tratamento, que deve ser prescrito pelo pediatra ou otorrinolaringologista, depende da idade do paciente.
Em bebês até os 6 meses, costuma-se prescrever o uso de antibióticos, uma vez que o sistema imunológico deles ainda está muito imaturo.
No caso de crianças e adultos, medicamentos para aliviar a dor e controlar a febre costumam ser suficientes.
6. A doença pode gerar alguma complicação?
Se a doença não for tratada ou se o acúmulo de líquidos na orelha média persistir após o tratamento, pode ocorrer um processo chamado de efusão. Quando isso acontece, é possível que a audição fique temporariamente comprometida.
Além disso, se o problema for ignorado ou tratado sem supervisão médica, pode apresentar riscos à saúde, uma vez que a infecção no ouvido pode migrar para outras partes da cabeça, como as meninges e o cérebro!
7. Como prevenir a otite?
Prevenir a otite passa obrigatoriamente pela prevenção das doenças que podem causá-la. Por isso, é muito importante vacinar seus filhos contra o vírus Influenza, da gripe, e o pneumococo, bactéria que causa alguns tipos de pneumonia e sinusite, que podem evoluir para uma otite.
O aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade também é fundamental para proteger os bebês dessa e de outras infecções. Por fim, evite o contato das crianças com pessoas doentes e fumantes.