Quiet Quitting: o que você precisa saber sobre essa prática

12 minutos para ler

Você percebe os colaboradores cada vez mais desmotivados em relação ao trabalho. Assim, o máximo que eles conseguem entregar é um comportamento mediano, conforme o que foi delegado pelo gestor. Se identificou com oque foi descrito? Essas ações consistem em quiet quitting, termo que consiste em uma espécie de demissão silenciosa.

A expressão é recente, mas serve para explicar um comportamento não tão atual, já que lidar com a desmotivação dos profissionais é um desafio antigo. Ainda assim, o quiet quitting tem sido mais frequente na geração Z, formada por nascidos entre 1990 e 2010, segundo estudo Work Trend Index 2021, da Microsoft.

Seja qual for a faixa etária e as razões por trás do quiet quitting, é fato que ele afeta os profissionais do mundo todo. Por essa razão, preparamos este post para esclarecer suas dúvidas sobre o assunto. Continue a leitura e saiba mais!

O que é quiet quitting?

Como mencionado, o conceito consiste na demissão silenciosa que muitos colaboradores fazem no trabalho, conforme a tradução. No entanto, não se deve levar ao pé da letra e concluir que os profissionais desejam pedir as contas.

Isso não ocorre necessariamente. Na verdade, o quiet quitting fala mais sobre a limitação do colaborador em relação às atividades exercidas. Ou seja, ao contrário da visão que muitos têm sobre o trabalho, não existe dedicação para se manter ou ser promovido no emprego.

Isso porque não há esforço para impressionar o chefe com bons resultados. Assim, é possível evitar sobrecargas, jornadas de trabalho exaustivas, metas elevadas e outras práticas que podem não ser saudáveis, principalmente quando frequentes.

Afinal, o cuidado com a saúde mental do colaborador tem sido uma discussão cada vez mais frequente. A explicação é que diversos empregadores ultrapassam os limites entre a vida profissional e a particular. Por exemplo, isso ocorre com ligações e e-mail fora do horário de trabalho.

Situações como essas e muitas outras que sobrecarregam o profissional contribuem para o surgimento de diversas patologias relacionadas ao trabalho. Entre elas, síndrome de burnout, estresse ocupacional, síndrome do pânico, ansiedade, depressão etc.

Em outras palavras, os profissionais adeptos do quiet quitting” se contrapõem a máxima do ‘’fazer mais que o esperado’’, comum em gerações anteriores à Z e workaholic. Agora, o mais executado pelos membros é a de ‘’nem mais, nem mais’’, especialmente em ambientes de trabalho exaustivos e desmotivadores.

Qual é a relação entre o quiet quitting e a saúde mental?

A adesão ao movimento quiet quitting ocorre para estimular a saúde mental e o desenvolvimento humano dos colaboradores. A explicação é que muitos trabalhos levam ao desgaste mental pelas pressões, sobrecargas, desvio de função, estresse e outras questões.

Esses desafios vividos pelos profissionais não são exclusivos da geração Z. No entanto, era comum que as anteriores recebessem o incentivo de trabalhar além da conta para impressionar os gestores. Essa era a estratégia para se manter no ofício ou até crescer profissionalmente.

Além disso, outro ensinamento comum muito popular entre os profissionais era a de que ‘’o trabalho dignifica o homem’’. Por razões como essas, passar por situações exaustivas e outras dificuldades no ofício costumavam ser vistas como normais e aceitáveis. Por outro lado, o descanso tende a ser associado a preguiça e a produtividade. Já ouviu algo assim?

É por razões como essas que muitos se sentem culpados em momento de descanso, mesmo que seja um direito e uma necessidade biológica. Dessa forma, negligenciar a folga e se desligar esporadicamente do trabalho pode causar prejuízos à saúde física e mental.

Muitas pessoas passaram a refletir sobre os limites ultrapassados no trabalho apenas na pandemia da covid-19, como na jornada home office. Afinal, esse modelo de ofício contribuiu para que diversos funcionários esticassem a jornada, por já estarem em casa e perto do computador, instrumento de trabalho.

Por que o quiet quitting é uma tendência real?

Como visto, o descanso e a imposição de limites no trabalho, para separar a vida profissional da pessoal é mais que um desejo. Trata-se também de uma necessidade para garantir o cuidado com a saúde física e a mental.

Logo, caso os empregadores não mudam a postura diante dos funcionários, aderir ao quiet quitting é praticamente questão de sobrevivência. Isso explica porque o termo é uma tendência real, exigindo atenção das empresas e do processo de seleção e recrutamento.

Outro fator que explica o quiet quitting se tornar uma tendência real é a classificação do burnout como uma doença ocupacional pela OMS em 2022. Isso responsabiliza diretamente as contratantes por estimular o surgimento desta síndrome, que leva ao esgotamento do colaborador.

Diante disso, tornou-se uma obrigação judicial que empresas previnam e auxiliem no tratamento do profissional CLT afetado pelo burnout. Em outras palavras, tem direito a receber salário e auxílio-doença enquanto se afasta do trabalho por questões de saúde, tal qual outras doenças e acidentes.

Como o quiet quitting tem afetado os profissionais mundialmente?

Muitas vezes, a adesão ao quiet quitting pelos colaboradores ocorre porque parte deles já vivenciaram ambientes corporativos tóxicos por trabalhar mais que o ‘’necessário’’. Então, se limitar a fazer o mínimo é uma alternativa escolhida para ter mais qualidade de vida e aprender a separar o trabalho da vida pessoal.

Como dito, o quiet quitting abrange majoritariamente a geração Z. Contudo, muitos de gerações anteriores também despertam para esse fenômeno, com auxílio da maior discussão sobre cuidados com saúde mental no trabalho.

Além disso, os mais velhos podem ter sentido na prática os efeitos de tentarem ser produtivos a qualquer custo. Isso é percebido com o possível diagnóstico de transtornos mentais e até problemas físicos, como tendinite, dor na coluna e muitos outros associados a sobrecarga.

Outros efeitos do quiet quitting na vida dos trabalhadores é a reflexão do tipo ideal para cada um se desenvolver. Afinal, muitos passam, pelo menos, 8 horas dedicadas ao ofício. Diante disso, buscar trabalhos que tragam reconhecimento e equilíbrio com a vida particular de cada um.

Se isso não é proporcionado, é bem possível que os profissionais passem do quiet quitting a demissão explícita. Inclusive, mais de 600 mil funcionários se demitiram do trabalho em março de 2022, segundo o Cadastro Nacional de Empregados e Desempregados (Caged), do IBGE.

Perceba que essa onda de demissão ocorre mesmo em meio à crise sanitária da pandemia da covid-19, que também afetou a economia. Isso pode explicar porque a maior parte de quem adere a esse movimento tem ensino superior completo, com mais chances de encontrar novas oportunidades profissionais.

Quais são os impactos do quiet quitting para as empresas?

Você já percebeu que o quiet quitting, ou até a demissão explícita, é motivada, principalmente, pelo interesse em encontrar trabalhos mais saudáveis e que ofereçam realização pessoal. Logo, as empresas que não se adaptarem ao fenômeno, devem sentir cada vez mais os impactos. Saiba mais sobre eles a seguir!

Menor produtividade

Caso o quiet quitting não seja um movimento frequente na sua empresa, é possível que muitos colaboradores cumpram horas extras constantemente e se dediquem ao máximo no trabalho. Afinal, é importante ter produtividade, certo?

Contudo, muitas corporações levem essa ideia muito ao pé da letra, a ponto de comprometer a qualidade de vida do funcionário e desmotivá-lo no trabalho. Um reflexo dessa postura tende a ser a demissão silenciosa por não existir outra alternativa para lidar com a exaustão provocada.

É fato que essa postura dificulta a evolução no trabalho e diminui a qualidade das entregas. Contudo, algumas empresas podem escolher manter os colaboradores que adotam o quiet quitting. Afinal, lidar com uma nova seleção e com a alta rotatividade dos profissionais pode ser outro desafio complexo.

Desvalorização do colaborador escancarada

Trabalhar exaustivamente e não ter valorização por isso costuma refletir no movimento quiet quitting. Logo, outro impacto para as empresas é ter a desvalorização escancarada com a queda da produtividade e motivação da equipe.

Ainda assim, é um desafio as corporações perceberem o que pode levar a esse comportamento e assumirem parte da responsabilidade. Isso porque muitos gestores têm o pensamento tradicional de que os colaboradores devem ‘’fazer mais que o esperado’’ para se manter no emprego, mesmo em um ambiente tóxico.

Contudo, esse tipo de lógica não condiz mais especialmente com a geração atual, consciente dos seus direitos. Isto é, tenha em mente que a era atual é de intenso ativismo, diante de tantos acontecimentos polêmicos que ganham o mundo. Por exemplo, denúncias de assédio moral e sexual no trabalho. Logo, é um impacto do quiet quitting exigir autocrítica das corporações nesse sentido.

Adaptação às novas demandas

Conforme mencionado, as prioridades ao buscar um trabalho de profissionais atuais e antigos podem ser diferentes. Antes, era comum que a motivação maior fosse permanecer muito tempo na mesma empresa e gradativamente subir de cargo.

Para alcançar esse objetivo, o trabalho duro, como abdicar de cuidados com a qualidade de vida, lazer e socialização era necessário. Hoje em dia, as demandas em geral são outros e nem todos almejam ser o próximo CEO, por exemplo. Assim, a prioridade pode ser trabalhar em uma empresa saudável e que pague um salário justo.

Logo, é preciso se adaptar às novas demandas para se manter interessante ao anunciar novas oportunidades de trabalho. Afinal, especialmente os profissionais qualificados são mais criteriosos ao escolher onde trabalhar.

Como evitar o quiet quitting?

Diante dos impactos do quiet quitting, a melhor solução para os negócios é pensar em ações para evitar esse fenômeno nas empresas. Listamos algumas sugestões para você colocar em prática!

Cuide do clima organizacional

É preciso evitar conflitos entre líderes e os demais membros da empresa para que o ambiente de trabalho não se torne desagradável. Nesse sentido, é importante falar sobre os benefícios do trabalho em equipe, tratar todos igualmente, propor momentos de interação para estimular a amizade no ofício etc.

Além disso, caso essas ações não sejam suficientes para evitar o quiet quitting, não se pode fugir do problema ao fingir que ele não existe. Isso significa gerenciar conflitos, como discriminação, assédio moral e sexual ao punir os responsáveis e mostrar que a corporação não é conivente com comportamentos tóxicos.

Incentive hábitos saudáveis no trabalho

Um bom trabalho é aquele em que os colaboradores conseguem equilibrar com lazer, socialização, cuidados com a saúde física e mental. Então, é importante incentivar hábitos saudáveis para mostrar que a sua empresa tem a qualidade de vida do funcionário como uma prioridade.

Na prática, é possível passar essa mensagem ao estimular pausas durante o expediente para evitar a sobrecarga, possibilitar trazer o pet para o escritório, como forma de desestressar etc. E ainda, oferecer entre os benefícios um plano de saúde para motivar os profissionais a cuidarem da qualidade de vida.

Crie espaços de acolhimento e escuta

Ninguém melhor que os próprios colaboradores para afirmar o que buscam e o que pode ser feito para evitar o quiet quitting. Então, crise espaços de acolhimento e escuta, como ao disponibilizar psicólogos no escritório.

Essa é uma maneira de mostrar preocupação com a saúde mental do colaborador e incentivá-lo a driblar os desafios surgidos. Além disso, a existência desse tipo de espaço mostra que o funcionário pode confiar na corporação para fornecer feedback em caso de insatisfação com algum aspecto do trabalho.

Prepare os gestores de equipe e o RH

Para motivar o colaborador e não aderir ao movimento quiet quitting, é importante que a valorização da equipe faça parte da cultura empresarial. Logo, os gestores da equipe e o RH devem ser preparados nesse sentido para identificar caso algum membro precise de ajuda e oferecer suporte adequado.

Caso contrário, a mensagem sinalizada no despreparo desses profissionais é que a corporação não tem verdadeira preocupação com a valorização do colaborador. No entanto, pretende passar essa mensagem na fachada.

Entendeu, entendeu o que é quiet quitting, impactos negativos para empresa e como evitar esse movimento? Como visto, a insatisfação com o trabalho é uma questão generalizada entre os trabalhadores, refletindo em demissões em massa. Então, para evitar maiores problemas, é preciso construir um ambiente corporativo mais saudável e motivador.

Uma maneira de alcançar esse objetivo é oferecer um plano de saúde, essencial para a qualidade de vida. Acesse o site da Golden Cross e descubra como podemos ajudar!

Guia de benefícios corporativos para oferecer aos colaboradores
Posts relacionados

Deixe um comentário