20 milhões de brasileiros, no entanto, ainda não largaram o vício, o que ainda preocupa.
Fumar é prejudicial à saúde, causa dependência e seus efeitos estão associados a diversas doenças. Por isso, já há alguns anos, seus riscos vêm sendo amplamente divulgados e seu consumo restringido. Um estudo recentemente divulgado mostra que todo esse esforço tem valido a pena: o número de fumantes no Brasil está caindo.
De acordo com os dados do Vigitel 2015, levantamento realizado pelo Ministério da Saúde e pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em todo o país, o índice de fumantes, entre os beneficiários de planos de saúde, caiu 42% desde 2008, de 12,4% para 7,2%.
A pesquisa também apresentou os dados da população como um todo, e os resultados, embora mais tímidos, também apresentam uma tendência de queda: 30,7% (de 15,8% para 10,8%).
E mais: o levantamento ainda apontou a redução no número de fumantes passivos, aqueles que convivem com os usuários de cigarro, desde 2011.
- No trabalho: o número de pessoas expostas à fumaça de cigarro caiu de 12,2% para 8%.
- Em casa: o número de fumantes passivos diminuiu 11,8%, para 9,1%.
Entenda a pesquisa Vigitel
O estudo Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) é feito pelo Ministério da Saúde desde 2006, em todas as capitais e no Distrito Federal.
A partir de 2008, o Vigitel foi ampliado, em parceria com a ANS, e passou a englobar beneficiários de planos de saúde. Esta é a quarta edição da pesquisa envolvendo as duas instituições. As anteriores foram publicadas em 2009, 2012 e 2015, tendo como referência o ano anterior.
Nesta edição, a pesquisa foi feita com base em 53.021 entrevistas por telefone, das quais 30.549 pessoas afirmaram ter plano de saúde, sendo 19.345 mulheres e 11.204 homens.
Conheça todos os resultados da pesquisa realizada com beneficiários de planos de saúde
Número de fumantes ainda preocupa
Considerando os males do cigarro, qualquer tendência de queda deve ser comemorada. Mas é preciso cautela. Afinal, o número de fumantes totais no Brasil ainda é preocupante. De acordo com o levantamento, 10,8% dos brasileiros ainda fumam. Ou cerca de 20 milhões de pessoas.
O governo sabe que o número ainda é bastante alto, e que diminuí-lo, mesmo que seja aos poucos, é muito importante. Por isso, tem como meta chegar a 9,1% de fumantes no país até 2020.
Os esforços, de fato, não podem cessar. Veja os dados desta outra pesquisa, realizada com 75 mil adolescentes de escolas públicas e privadas em todo o Brasil, conduzida pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e pelo Ministério da Saúde.
O levantamento mostra que 18,5% dos adolescentes brasileiros entre 12 e 17 anos já experimentaram cigarro. Trata-se de um dado muito preocupante. Segundo especialistas, com a experimentação de alguns poucos cigarros, jovens dessa faixa-etária já apresentam forte inclinação para tornarem-se fumantes.
Os riscos do cigarro
Os malefícios causados pelo hábito de fumar vão muito além dos problemas pulmonares, respiratórios e do aumento do risco de desenvolvimento de câncer. Aqui, no Blog da Golden Cross, temos alertado em nossos posts sobre diversos outros riscos do cigarro.
Confira abaixo:
- Varizes: as substâncias que compõem o cigarro deixam o sangue mais viscoso, o que dificulta a sua circulação, favorecendo o surgimento das varizes;
- Acidente Vascular Cerebral (AVC): as substâncias presentes na fumaça do cigarro provocam diversas alterações no sistema circulatório. O hábito de fumar, mesmo em quantidades pequenas, está diretamente relacionado com o risco de ter um AVC;
- Gengivite: a nicotina diminui a função de algumas células de defesa do corpo, o que favorece o crescimento de bactérias na boca. Além disso, o fumo e seus derivados liberam substâncias químicas que deixam as gengivas mais suscetíveis às infecções;
- Osteoporose: a nicotina, presente no cigarro, pode comprometer a absorção de cálcio, mineral essencial na composição dos ossos;
- Infarto: a fumaça do cigarro contrai os vasos sanguíneos do corpo, endurecendo as artérias e fazendo com que o coração trabalhe mais intensamente. Tudo isso pode resultar em crises de angina e, em casos mais graves, em infarto;
- Colesterol: o hábito de fumar está diretamente associado com o aumento das taxas de colesterol ruim (LDL, da sigla em inglês “low density protein”), que favorece a formação de placas de gorduras nos vasos sanguíneos;
- Câncer de mama: o cigarro é um dos principais fatores de risco para o surgimento da doença.
Saiba mais
Portal UOL: número de fumantes cai 42% entre usuários de planos de saúde
Portal Brasil: em cinco anos, número de fumantes passivos cai no país
Blog Jairo Bauer (Revista Época): queda no número dos fumantes não traz só boas notícias
Portal G1: número de fumantes cai em nove anos no país