Mitos e Verdades sobre a Cirurgia Bariátrica

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cirurgia bariátrica, ou cirurgia de redução do estômago, como é mais conhecida, é um procedimento que vem despertando o interesse de cada vez mais pessoas com problemas de obesidade. Em muitos casos, quando todas as dietas parecem não funcionar, e a qualidade de vida fica comprometida, a cirurgia surge como uma última esperança.

Como todo procedimento médico que se torna popular, no entanto, a cirurgia bariátrica também sofre com informações falsas, boatos etc. Por isso, é importante saber separar eles do que realmente é fato científico.

Separamos alguns mitos e verdade sobre a cirurgia bariátrica. Confira.

  1. Qualquer pessoa com excesso de peso pode fazer cirurgia bariátrica.

Mito. Esse tipo de cirurgia está indicado, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) para pacientes com Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 35 Kg/m² e que tenham complicações como apneia do sono, hipertensão arterial, diabetes, aumento de gorduras no sangue, problemas articulares, ou pacientes com IMC maior que 40 Kg/m², que não tenham obtido sucesso na perda de peso com outros tratamentos.

Como calcular o IMC: chega-se ao resultado dividindo o peso da pessoa em quilos pela altura em centímetros, elevada ao quadrado.

  1. Existem várias técnicas diferentes para realização do procedimento

Verdade. São diversas as técnicas, e a indicação do melhor procedimento é avaliada por uma equipe multidisciplinar que acompanha o paciente antes da cirurgia. A técnica mais comum no Brasil é chamada de By-pass Gástrico. Nela, é feito o grampeamento de parte do estômago, que reduz o espaço para o alimento, e um desvio do intestino inicial, que promove o aumento de hormônios que dão saciedade e diminuem a fome. Outra técnica muito utilizada é a gastrectomia vertical, ou Sleeve, que realiza a redução do estômago.

  1. É importante o acompanhamento psicológico antes e depois da cirurgia.

Verdade. A avaliação psicológica ajuda a identificar as reais expectativas com relação à cirurgia, além de verificar se o paciente está sofrendo de depressão ou outros problemas que possam atrapalhar o tratamento. O acompanhamento também pode ser necessário após a cirurgia, uma vez que problemas psicológicos que contribuíram com a obesidade, e que têm potencial para atrapalhar o processo pós-cirúrgico, devem ser controlados.

  1. Quem fez redução de estômago não pode mais engravidar.

Mito. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), a paciente é liberada para engravidar sem riscos após 15 meses de pós-operatório. Durante esse período, ela não recomenda a gravidez, além de orientar as pacientes a não utilizar pílulas anticoncepcionais.

  1. Perde-se mais peso nos primeiros seis meses.

Verdade. A perda mais significativa de peso ocorre nos primeiros seis meses porque o metabolismo, durante esse período, queima mais gordura.

  1. Em um ano de pós-operatório, o paciente normalmente engorda.

Depende. Na maioria dos casos, o ganho de peso ocorre quando o paciente não assume hábitos saudáveis, como a adoção de dieta menos calórica e mais nutritiva, além da prática de exercícios físicos regulares.

  1. Há tendência de anemia no pós-operatório.

Verdade. De fato isso ocorre, principalmente entre as mulheres, que têm maior tendência à anemia, por causa da menstruação e baixo consumo de carne vermelha, o que pode ocasionar a perda de ferro. Tal situação pode ser tratada, com acompanhamento médico, por meio da ingestão de alimentos ricos em ferro ou de suplementos vitamínicos.

  1. Depois da operação, é comum a intolerância a leite.

Mito. Normalmente não há reações adversas ao consumo de leite e derivados. De acordo com a SBCBM, esses alimentos são, inclusive, recomendados como fontes de cálcio.

  1. A cirurgia causa problemas renais.

Mito. De acordo com a SBCBM, até hoje não foi observada tendência a problemas renais.

  1. O apoio à família é indispensável.

Verdade. A família deve ser assistida pelo médico, que deve mantê-la bem informada sobre tudo o que for necessário. Isso porque o paciente precisará rever seus hábitos, e a família é muito importante para motivá-lo e estimulá-lo sempre.

  1. É preciso fazer exercícios após a cirurgia.

Verdade. Os exercícios potencializam o emagrecimento, evitam o ganho de peso e reduzem a perda de massa muscular.

  1. O paciente sente muitas dores no primeiro mês do pós-operatório.

Mito. Normalmente, as dores ocorrem somente no primeiro dia após a cirurgia. Isso acontece porque o abdômen precisa ser inflado com gás carbônico na cirurgia, para possibilitar a melhor manipulação dos órgãos internos. Após esse período, dores mais significativas não são comuns.

  1.  Depois da cirurgia bariátrica, o paciente deve fazer cirurgia plástica corretiva.

Mito. Nem sempre é necessário fazer cirurgia plástica após o procedimento bariátrico. Em primeiro lugar, é preciso que o paciente cumpra um bom programa nutricional e de atividade física. Após um ano ou dois, dependendo do caso, a equipe multidisciplinar responsável pelo tratamento pode indicar, ou não, uma cirurgia corretiva.

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Referências:

Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica

Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia

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