Ministério da Saúde lança metas para deter avanço da obesidade

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(Atualizado em 20 de abril)

Recentemente, repercutimos aqui no blog os resultados da pesquisa de “Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico” – VIGITEL 2015, que trouxeram algumas notícias boas sobre a saúde dos brasileiros – veja aqui -, mas também um alerta: o índice de obesos entre adultos brasileiros aumentou muito nos últimos 10 anos. Segundo o estudo recente da VIGITEL, divulgado pelo Ministério da Saúde no último dia 17 de abril, entre 2006 e 2016, o índice de brasileiros com a doença passou de 11,8% para 18,9%, o que significa um aumento de 60%.

Essa tendência é confirmada pelos dados de outro levantamento, a Pesquisa Nacional de Saúde, de 2013. Ela mostra que mais da metade dos brasileiros, mais precisamente 56,9%, estão com excesso de peso; e que 20,8% deles são considerados obesos.

Leia mais sobre o assunto aqui: http://www.brasil.gov.br/saude/2017/04/obesidade-cresce-60-em-dez-anos-no-brasil

Entenda a diferença entre excesso de peso e obesidade e como eles são calculados.

Esses dados são alarmantes. A obesidade está mesmo crescendo no país, logo durante a chamada “Década de Ação das Nações Unidas para a Nutrição”, da ONU, acordo que prevê o incentivo de diversos países (entre os quais o Brasil) à alimentação saudável.

E é diante desse contexto que o Ministério da saúde estabeleceu três metas complementares (a serem atingidas até 2019) que, se cumpridas, têm tudo para contribuir para a diminuição do número de pessoas com obesidade e sobrepeso no país.

Antes de conhecê-las, porém, convidamos você a entender um pouco mais sobre o problema, o que é fundamental para compreender a natureza das metas estabelecidas.

Obesidade: causas e consequências

A obesidade é uma doença crônica, que se caracteriza pelo acúmulo excessivo de gordura no corpo e que atinge pessoas no mundo todo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 700 milhões de adultos deverão estar obesos até 2025.

Para especialistas, o aumento da obesidade tem relação com fatores como:

  • Aumento no consumo de alimentos processados;
  • Consumo excessivo de açúcares em alimentos e bebidas industrializadas;
  • Alimentação pobre em frutas, legumes e verduras;
  • Vida sedentária e falta de exercícios físicos.

A obesidade, como se pode constatar, tem tudo a ver com escolhas equivocadas quanto à alimentação, principalmente, mas também relativas a exercícios físicos.

Principais complicações da obesidade: a doença não traz apenas problemas estéticos: ela reduz a qualidade de vida e pode acarretar graves problemas de saúde como: hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes, além de problemas físicos como artrose e artrite, entre outros.

Metas e ações do ministério da saúde para combater a obesidade

Três metas foram apresentadas em um encontro realizado com representantes de países da América Latina no último dia 14 de março na sede regional da Opas (Organização Pan-Americana de Saúde), em Brasília.

São elas:

  1. Deter o crescimento da obesidade na população adulta;
  2. Reduzir em 30% o consumo regular de refrigerantes e de suco artificial;
  3. Aumentar em 17,8% o número de adultos que consomem frutas e verduras regularmente.

As metas apresentadas acima são bastante arrojadas e devem ser atingidas até 2019. Por isso, será preciso um trabalho intenso e coordenado entre governo e sociedade civil para que elas sejam efetivamente cumpridas.

Em entrevista à Folha de São Paulo, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, adiantou algumas das ações que serão empreendidas pelo governo para atingir os objetivos definidos.

Abaixo, fazemos um resumo delas:

  1. Estimular a educação alimentar nas escolas 
    A ideia é incluir matérias extracurriculares na grade das escolas, o que está em negociação com o Ministério da Educação.
    Segundo o ministro, ainda para a Folha, “hoje as mães não ficam em casa, e as crianças não têm oportunidade, como antigamente, de acompanhar a mãe nas tarefas diárias de preparação dos alimentos. E vai ficando cada vez mais distante a capacidade de pegar um alimento natural e saber consumi-lo”.
  2. Negociações com a indústria
    A pasta está finalizando um acordo com a indústria para a que haja redução de açúcar nos alimentos processados. A ação segue modelo semelhante ao que foi realizado nos últimos anos para redução de sódio em alimentos industrializados.
  3. Mudanças nos rótulos de alimentos
    A ideia, que já está em estudo na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), é dar maior destaque, na parte da frente dos rótulos, aos dados sobre quantidade de sal, açúcar e gordura. Esse padrão, inclusive, já é adotado no Chile.
  4. Lançamento de aplicativo para celulares
    O governo estuda lançar aplicativos para ajudar a população a escolher os alimentos e a adotar hábitos mais saudáveis.

Colabore você também

As ações do governo são fundamentais. Mas, se cada um de nós tiver a consciência da importância de cuidar da saúde, adotando uma alimentação equilibrada e praticando exercícios físicos, os resultados serão ainda melhores.

Aqui, no blog da Golden Cross, já abordamos o tema em diversos posts, direta ou indiretamente. A ideia é sempre contribuir para o esclarecimento dos leitores e para a conscientização de que mudanças no estilo de vida são benéficas para toda a vida.

Abaixo, reunimos alguns dos posts que escrevemos relacionados de alguma forma com o assunto. Confira.

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