21 de novembro é a data na qual se comemora o Dia da Homeopatia no Brasil. A data foi escolhida porque foi nesse dia, ainda no século XIX, que o médico homeopata francês Benoit Jules Mure, um discípulo do criador da especialidade, o alemão Samuel Hahnemann, trouxe à homeopatia ao país.
Trata-se de uma especialidade médica relativamente antiga, presente no país há muito tempo, e bastante difundida por aqui. Mas, você sabe o que é esta especialidade? E em quais princípios ela se baseia?
Neste artigo, vamos apresentar brevemente a homeopatia, esperando com isso eliminar preconceitos e mitos muito comuns com relação a ela.
Homeopatia no Brasil
A homeopatia é considerada no país como especialidade médica desde 1980, reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina, tendo sido incluída no Sistema Único de Saúde (SUS) em 2006.
Para ser um médico homeopata, e poder atuar no atendimento a pacientes, ministrando tanto medicamentos homeopáticos quando os chamados alopáticos (tradicionais), o profissional deve ser formado em medicina e fazer um curso de extensão.
O que é homeopatia?
Trata-se de um método criado em 1796 que busca tratar os pacientes de uma forma global (chamada de holística) e preventiva, e não exclusivamente determinados sintomas. Para tanto, utiliza remédios específicos, considerados menos agressivos ao organismo que os medicamentos tradicionais.
Lei da semelhança
Um dos princípios que baseiam a homeopatia é a lei da semelhança, segundo a qual é necessário, para tratar um indivíduo doente, aplicar um medicamento que provoque os mesmos sintomas que ele apresenta quando experimentado em uma pessoa sadia.
Para entender melhor, veja este exemplo: se uma pessoa sadia ingerir doses de certa substância, irá apresentar sintomas como dores gástricas, vômitos e diarreia.
Por outro lado, se essa mesma substância, só que preparada homeopaticamente, for administrada em uma pessoa com os sintomas semelhantes aos que ela causa antes da preparação (dores gástricas, vômitos e diarreia), espera-se obter, como resultado, a cura desses sintomas.
A abordagem homeopática
A filosofia de tratamento homeopática é preventiva e busca tratar o indivíduo como um todo, e não apenas uma doença específica.
Nesse sentido, além de fazer os diagnósticos médicos usuais (como pedidos de exames tradicionais), o médico homeopata realiza perguntas abrangentes sobre o indivíduo, buscando entender seus sinais físicos e psicológicos. Um dos seus objetivos, com isso, é encontrar o medicamento que mais se “assemelha” a tais sintomas.
O que são os medicamentos homeopáticos?
São medicamentos preparados a partir de substâncias extraídas da natureza e que tenham propriedades curativas conhecidas através da experimentação em pessoas saudáveis.
As preparações básicas dessas substâncias recebem o nome de tinturas-mãe e a partir delas são iniciados os processos das diluições sucessivas e de agitação, até que se cheguem às doses mínimas (quando a toxicidade das substâncias é atenuada e o potencial curativo é aumentado).
Vertentes da homeopatia
Existem algumas vertentes da homeopatia que, apesar de buscarem o mesmo resultado, divergem quanto ao medicamento utilizado.
Os homeopatas unicistas costumam indicar um medicamento de cada vez, ao invés de buscar diversos remédios para tratar doenças diferentes. Isso ocorre porque eles procuram abranger com um único medicamento a totalidade das características dos sintomas.
Há, no entanto, outras vertentes da homeopatia, como o complexismo. Profissionais alinhados com essa linha de pensamento podem prescrever, após um amplo diagnóstico, formulações que contenham vários medicamentos misturados.
Seja qual for a vertente, no entanto, a filosofia de tratamento e o objetivo final são os mesmos: tratar o indivíduo de forma global, compreendendo todos os seus aspectos.
Interação com a medicina tradicional
A proposta homeopática é de tratar os doentes levando-os a uma reorganização geral, contribuindo assim para uma atenuação e algumas vezes até para o desaparecimento completo de suas doenças.
Para que isso aconteça o medicamento homeopático informa o organismo sobre como ele deve proceder para se reorganizar, o que ocorre às vezes de forma sutil e quase imperceptível, e outras vezes de maneira mais incômoda.
Em alguns casos, porém, o organismo tem limitações, não conseguindo realizar tal trabalho. Nestas situações, o medicamento homeopático não é o mais indicado, e o médico homeopata pode prescrever outros tratamentos ou indicar especialistas em outras áreas.
É importante ressaltar, no entanto, que o medicamento homeopático pode continuar sendo utilizado, levando o paciente a ter melhoras nos sintomas de determinadas doenças.
Como exemplo, podemos falar do doente com diabetes. Ele precisa de insulina diária porque não consegue mais produzi-la em quantidade suficiente. No entanto, os medicamentos homeopáticos podem ajudá-lo a apresentar melhorias na pele, nos locais onde aplica a insulina, em seus sintomas de neurite, a ter maior resistência imunológica etc.
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