A fonoaudiologia, na verdade, é (de forma bem resumida) a ciência que se ocupa da prevenção, habilitação e reabilitação da voz, audição, motricidade orofacial, leitura e escrita. Cabe a essa especialidade, também, promover a pesquisa e aplicação de políticas públicas relativas ao seu campo de atuação.
Apresentamos a você, leitor(a) do blog, um resumo desta especialidade médica, suas subáreas, bem como dicas para você saber a hora certa de ir (ou levar os filhos) a um fonoaudiólogo. Vamos lá?
Fonoaudiologia: da origem ao desenvolvimento no Brasil
Trata-se de uma ciência relativamente nova. A primeira referência formal data de 1900, quando a Hungria reconheceu a profissão e criou a primeira faculdade de Fonoaudiologia do mundo. No Brasil, no entanto, o desenvolvimento foi um pouco mais tardio.
O ensino formal de fonoaudiologia por aqui só começou na década de 60, com a criação do curso de formação em tecnólogo da Universidade de São Paulo (USP). Já a graduação só foi autorizada em 1977, na própria USP, e a profissão foi reconhecida apenas em 1981, quando também foi criado o Conselho Federal de Fonoaudiologia.
Áreas da Fonoaudiologia
Para entender a ciência em toda a sua complexidade, talvez seja melhor conhecer as possíveis áreas de atuação do fonoaudiólogo. Abaixo, listamos algumas das mais importantes.
- Audiologia: ramo que estuda e se ocupa da prevenção e diagnóstico de problemas da audição. Esta é a área que elabora programas de redução do barulho, prescreve/seleciona aparelhos para correção de problemas auditivos etc.;
- Linguagem: área que estuda, previne e trata distúrbios na fala e na escrita; trata-se da especialidade que, entre outras funções, auxilia crianças com dificuldades de aprendizado da linguagem;
- Motricidade: habilita/reabilita funções relacionadas à respiração, sucção, mastigação, deglutição, expressão facial e articulação da fala, propiciando melhores condições de vida e de comunicação;
- Voz: muito procurada por cantores, professores e executivos, esta área previne, avalia e trata os problemas da voz falada, cantada, e ainda aperfeiçoa os padrões vocais.
- Fonoaudiologia Neurofuncional: ramo que realiza a avaliação, habilitação e reabilitação fonoaudiológicos de pessoas que tiveram danos no sistema nervoso central ou periférico.
- Outras áreas: o fonoaudiólogo também pode se especializar em outras subáreas como saúde coletiva; disfagia (alterações na deglutição); fonoaudiologia educacional (processo de ensino e aprendizagem), entre outras. Saiba mais sobre essas e outras especialidades no portal do Conselho Regional de Fonoaudiologia de São Paulo.
Cinco motivos para procurar um fonoaudiólogo
A consulta com um fonoaudiólogo não é obrigatória. Por isso, é bom conhecer alguns dos problemas que mais levam pacientes ao seu consultório, os quais listamos abaixo.
Importante: no caso das crianças, possíveis demandas podem surgir da escola, do pediatra que as acompanha ou até mesmo do olhar atento dos pais.
- Rouquidão: quem está ficando com a voz rouca, principalmente se o problema for persistente, deve procurar um fonoaudiólogo. O tratamento é feito com exercícios, orientações de higiene vocal e até cuidados com a alimentação.
- Distúrbios de leitura e escrita: mais frequentes em crianças, tais problemas costumam atrapalhar o desempenho escolar. Os mais comuns são as trocas de letras, como “p” por “b”. O fonoaudiólogo, ao lidar com a questão, além de indicar exercícios psicomotores e auditivos, também poderá trabalhar a autoestima da criança junto aos familiares.
- Respiração pela boca: esse é um hábito que pode ocasionar alguns problemas, como deformações na arcada dentária, diminuição do paladar, má oxigenação do cérebro etc. O fonoaudiólogo, nestes casos, irá realizar exercícios de articulação para fortalecer o tônus muscular, além de atividades cujo objetivo é equilibrar as respirações oral e nasal.
- Problemas de fala em crianças: crianças que articulam poucas ou quase nenhuma palavra até os dois anos devem se consultar com um fonoaudiólogo. Entre dois e quatro anos, elas podem começar a repetir as palavras ou as sílabas. Este problema, conhecido como disfluência fisiológica, costuma durar entre seis e dez semanas, e acontece porque os pensamentos da criança são mais rápidos do que a capacidade de falar. Segundo especialistas, a primeira recomendação é ajudar os filhos, escutando-os com paciência, sem tratar a questão como um problema. Caso os sintomas persistam, no entanto, é necessário procurar um fonoaudiólogo.
Importante: não confundir disfluência fisiológica com gagueira, um distúrbio neurobiológico cujo tratamento deve ser iniciado logo, com um fonoaudiólogo ou psicólogo, para evitar que o problema se prolongue para a vida adulta e ocasione transtornos secundários, como a ansiedade. - Dificuldade em deglutir: algumas pessoas, por conta de problemas como acidentes vasculares, câncer de cabeça e pescoço, entre outros, podem sofrer com disfagia (dificuldade de deglutir). Ao procurar um fonoaudiólogo, elas deverão, após diagnóstico, realizar diversos exercícios respiratórios e articulatórios para conseguir alimentar-se de forma segura novamente.
Saiba mais:
Conselho Federal de Fonoaudiologia: a história da fonoaudiologia
Conselho Regional de Fonoaudiologia (SP): o que é fonoaudiologia
Portal minhavida.com: nove motivos para procurar um fonoaudiólogo
Revista Crescer: artigo sobre problemas de fala na infância e a busca por fonoaudiólogos