Um sorriso saudável e bonito vai muito além da estética: é um grande indicativo de cuidados com a saúde. A infecção na gengiva pode afetar pessoas de qualquer idade ou gênero e, normalmente, está associada a uma higiene bucal insuficiente.
A maior parte desses problemas não se inicia diretamente nessa área, o que indica que outras regiões da boca também podem estar comprometidas. Por isso, é preciso ter uma atenção sistêmica, ou seja, para todo o organismo e estruturas bucais.
Uma das melhores maneiras de descobrir se há problemas na gengiva é prestar atenção ao seu aspecto. A aparência da mucosa nos dá muitas dicas sobre a sua saúde, guiando o dentista para um diagnóstico mais preciso e eficaz do problema e, consequentemente, para o tratamento adequado.
Mas, afinal, como podemos nos cuidar melhor? Quer conhecer quais são esses sinais e alterações no aspecto que podem indicar algum problema gengival? Continue a leitura e aprenda a identificá-los para evitar problemas bucais!
Como as doenças bucais podem impactar a vida dos pacientes?
As doenças bucais podem causar diversos impactos negativos na qualidade de vida e no desempenho diário dos pacientes. Elas afetam a autoestima, a interação social, a comunicação, o sono, a fala, o estresse e a alimentação dos indivíduos, o que provoca prejuízos em nível individual e coletivo.
Assim, é muito importante que todos tenham uma condição digna de saúde bucal, o que lhes permitirá executar ações básicas — como sorrir, falar, reconhecer o sabor dos alimentos e mastigar — livres de desconforto e dor. Ainda, poderão se relacionar com outras pessoas sem constrangimento.
Quais são as doenças da gengiva mais comuns?
A doença periodontal é uma infecção dos tecidos que protegem e sustentam seus dentes, ou seja, a gengiva — que é altamente vascularizada, reveste o osso e mantém as estruturas dentárias em seus devidos lugares —, ossos e ligamentos.
Esse problema é, na maior parte das vezes, causado por hábitos insuficientes de higiene bucal. Afinal, escovar os dentes da maneira errada ou pular o uso do fio dental contribui para a formação da placa bacteriana, que pode se solidificar e endurecer, gerando o tártaro.
Há, de modo geral, dois tipos importantes de doenças da gengiva. Saber diferenciá-los é fundamental para que o paciente tenha um controle maior sobre a própria saúde. Conheça-os agora!
Gengivite
A gengivite pode ser definida como a forma mais leve (ou inicial) da doença periodontal. Seus principais sintomas incluem a vermelhidão da região gengival e o sangramento fácil da área, que pode aparecer, por exemplo, durante a mastigação ou escovação cotidiana dos dentes.
Muitas vezes, também é possível observar sangue ao escovar os dentes ou utilizar o fio dental após um período sem usá-lo. No entanto, é importante estar atento: esse nem sempre é um sintoma de gengivite, pois força exagerada ou movimentos errados também podem gerar lesões na região.
Além da falta de higiene bucal, outros fatores podem contribuir para que esse problema apareça, como estresse, diabetes, flutuações hormonais (causadas, por exemplo, pela gravidez), abuso de substâncias como álcool e cigarro, infecções e o uso de certas medicações.
Nessa etapa, é muito comum que exista pouco ou até mesmo nenhum desconforto. Isso, normalmente, faz com que o problema seja negligenciado e evolua para o próximo estágio, a periodontite, que veremos a seguir.
Periodontite
Quando não tratada, a gengivite pode evoluir para a periodontite. Esse problema é muito mais sério e apresenta consequências mais alarmantes do que o primeiro. Ele é formado graças à ação da placa bacteriana — que, com o tempo, pode se espalhar e atingir a parte de baixo da gengiva.
As toxinas produzidas por esses microrganismos contribuem para a irritação da gengiva, criando uma resposta inflamatória. Esse tipo de ocorrência é extremamente sério, e é a partir daí que os problemas realmente começam a aparecer.
Com isso, os tecidos ficam fragilizados e passam a se separar dos dentes, criando ‘”sulcos’’ e espaços que facilitam a entrada das bactérias em regiões mais internas — podendo, inclusive, cair na corrente sanguínea e viajar por todo o organismo.
Em alguns casos, o tecido pode até mesmo necrosar. No entanto, na maior parte das vezes, há mau hálito, sangramento avançado, amolecimento dos dentes e fortes dores na região, além dos sintomas já observados na gengivite.
Quem pode ser afetado por essas doenças?
As doenças bucais podem afetar tanto adolescentes quanto adultos, mas a maioria dos acometidos têm mais de 35 anos. Assim, atingindo um grande número de pessoas, é fundamental refletir sobre a infecção e suas complicações.
Elas podem ser locais, podendo-se chegar a perder os dentes, e sistêmicas, por meio da relação com doenças que atingem outros órgãos, como as cardiovasculares.
Quais são as principais causas das doenças na gengiva?
As doenças na gengiva podem ser causadas pelo desenvolvimento de placa bacteriana, que é uma película pegajosa que aparece continuamente nos dentes e na linha da gengiva. Uma vez que essa placa apresenta bactérias que liberam toxinas prejudiciais, quando não é removida, pode irritar a gengiva, causando inflamação.
Quando não tratada, a gengiva com infecção pode formar bolsas periodontais que continuam retendo placa bacteriana embaixo da linha da gengiva, o que irrita ainda mais o tecido. Além desse problema, outros fatores contribuem para a infecção na gengiva ou aumentam a probabilidade do seu desenvolvimento.
Ranger os dentes
Ao ranger os dentes, o indivíduo exerce uma força excessiva sobre os tecidos que suportam os dentes e acelera a taxa de destruição dos mesmos.
Gravidez
Durante a gravidez, o corpo passa por alterações hormonais. Elas podem afetar vários tecidos do corpo, incluindo a gengiva, tornando-a sensível. Isso pode fazer com que ela fique mais suscetível a doenças gengivais.
Má nutrição
Uma dieta pobre em nutrientes pode comprometer o sistema imune, fazendo com que o corpo tenha dificuldade para combater as infecções. Como a infecção na gengiva pode ser grave, a má nutrição piora a saúde delas.
Assim, planejamento e diagnóstico podem tratar a saúde bucal de uma maneira definitiva.
Como funciona o diagnóstico das complicações na gengiva?
Caso a placa que se forma não seja removida por meio do uso diário de fio dental ou escovação, ela pode se transformar em tártaro. As bactérias da região infectam os dentes e gengiva, induzindo a perda de osso.
Para determinar se a pessoa tem alguma complicação na gengiva, o dentista deve:
- revisar o histórico médico do paciente, para observar se há algum fator que possa estar contribuindo para a presença dos sintomas. O consumo de medicamentos e o hábito de fumar devem ser pesquisados;
- examinar a boca da pessoa em busca de tártaro e placa ou se existe algum sangramento;
- medir a profundidade da cavidade entre os dentes e as gengivas, colocando uma sonda periodontal ao lado do dente em vários pontos da boca;
- requisitar radiografias dentárias, para avaliar a perda óssea em regiões onde o profissional observa profundas cavidades entre as gengivas.
Que estágios tem a periodontite?
Agora que já conhecemos a gengivite e o problema que surge quando ela não é devidamente cuidada, que tal conhecermos, também, os estágios da periodontite? Assim, você poderá identificar os sintomas e buscar o auxílio de um dentista já com uma certa informação sobre a sua própria saúde bucal. Vamos lá!
Periodontite moderada
A periodontite moderada é o estágio intermediário entre a gengivite e o ponto mais grave dessa doença. Aqui, a inflamação começa a se tornar mais severa, podendo infiltrar-se em estruturas e causar danos à parte óssea do dente.
Periodontite avançada
Aqui, os ossos são largamente afetados. Estruturas como nervos também podem ser acometidas pela infiltração cada vez maior das bactérias no interior dos dentes. Nesse estágio, a perda dentária se torna, infelizmente, cada vez mais comum.
Que consequências têm as doenças da gengiva?
Há uma série de consequências diretas em sofrer com doenças da gengiva. Além do prejuízo para a estética — muito importante —, a saúde como um todo é impactada. Alguns pontos de atenção são:
- a presença de dor;
- o aumento da sensibilidade dentária;
- a possível perda de dentes;
- as alterações na mastigação causadas pela ausência de dentes;
- os problemas subsequentes a isso, como dores de cabeça e até mesmo na fala.
Por isso, é muito importante cuidar bastante da prevenção desses problemas e, claro, buscar a ajuda de um dentista sempre que notar que algo está errado. A seguir, veremos algumas maneiras de fazer essa identificação.
Quais são os sintomas de que algo não vai bem com nossa gengiva?
Como pudemos perceber, há diversos sinais que indicam que algo está errado em nossa boca. Confira, então, alguns dos principais sintomas de doenças da gengiva.
1. Mudanças na coloração
Uma gengiva normal deve ser rosada e uniforme, puxando para uma coloração um pouco mais pálida. Por isso, ao notar alterações na cor, com suas gengivas avermelhadas ou arroxeadas, saiba que algo não está certo.
Esse tipo de sintoma também pode ser indicativo de vários outros problemas, muitos deles totalmente alheios à saúde bucal. Por isso, é importantíssimo buscar a opinião de um dentista e de um médico.
2. Sangramento
O sangramento pode vir em diversas intensidades e é, sem dúvidas, um dos sintomas mais clássicos de problemas gengivais. Ele pode acontecer durante a escovação ou uso do fio dental ou, até mesmo, em situações esporádicas, como ao morder um alimento duro.
Lembre-se, no entanto, de que a aplicação de força inadequada, por exemplo, também pode ser a origem desses sangramentos. É ideal prestar atenção a se eles aparecem por vários dias seguidos e mesmo com a realização de movimentos delicados na região gengival.
3. Retração
Esse problema acontece quando a quantidade de gengiva diminui. Isso mesmo! Muitas vezes, ela se retrai e passa a expor porções maiores do dente, dando a impressão de que eles cresceram.
Esse é um grande sinal de infecção e pode, posteriormente, levar à perda do dente ou causar sensibilidade. Por isso, é fundamental buscar auxílio odontológico assim que notar esse tipo de sintoma.
4. Ulcerações
As ulcerações nada mais são do que feridas que surgem em qualquer parte do organismo, normalmente em mucosas. Elas também podem ser chamadas de aftas e indicam que há um desequilíbrio na região bucal — muitas vezes, causado pela ação de bactérias nocivas.
O surgimento dessas lesões também pode estar relacionado a outros problemas, como distúrbios gastrointestinais. Mais uma vez, é muito importante buscar a opinião de um especialista para analisar o seu caso.
5. Inchaço
O inchaço é outro sintoma bastante comum de inflamação em qualquer área do corpo. Na gengiva, isso não é diferente. Vê-la inchada ou “fofa” pode ser um indicador de problemas, já que a região deve ser firme e aderir bem aos dentes.
Por isso, ao perceber qualquer tipo de alteração no aspecto ou textura de suas gengivas, consulte um dentista de confiança. Apenas ele poderá identificar a causa e instaurar um protocolo terapêutico adequado ao seu caso.
6. Mau hálito
Também conhecido como halitose, o mau hálito pode indicar diversos problemas bucais e sistêmicos, como é o caso de doenças intestinais.
No entanto, ele também pode ser um sintoma de problemas na gengiva, já que as bactérias causadoras dessas doenças produzem compostos que liberam o cheiro desagradável.
7. Presença de dentes amolecidos
Por fim, um dos sintomas mais assustadores é a presença de dentes amolecidos, causada pelo afastamento da gengiva dos dentes, graças ao crescimento da placa na região delimitadora.
Isso faz com que os dentes percam a sustentação e fiquem moles, o que pode até mesmo levar à sua queda. Esses casos, no entanto, são muito extremos e evitados se a pessoa buscar a opinião de um especialista rapidamente.
Quais são as características de uma gengiva saudável?
Ótimo, já sabemos quais são as principais doenças da gengiva e seus tipos e, claro, aprendemos muito sobre os sintomas mais comuns que indicam que há algo de errado nesse aspecto. No entanto, como é uma gengiva saudável? Saber reconhecer isso também é muito importante!
Os principais indicadores de uma gengiva saudável são:
- consistência firme;
- aspecto de casca de laranja;
- cor-de-rosa pálido.
Caso perceba qualquer alteração nesses pontos, entre em contato com o seu dentista e agende uma consulta!
Quais são os tratamentos mais indicados para esses problemas?
O tratamento para as doenças da gengiva depende muito do caso, já que cada paciente apresenta graus diferentes do problema e organismos completamente diversos. Por isso, apenas um dentista pode avaliar quais serão os procedimentos adequados.
No entanto, na maior parte das vezes, o principal foco é tratar a infecção. Para isso, podem ser utilizados anti-inflamatórios e antibióticos, além da restauração das áreas afetadas pelas bactérias.
Ainda, o dentista pode solicitar que algumas mudanças de hábito sejam feitas, como parar de fumar ou alimentar-se um pouco melhor, reduzindo o consumo de açúcar. Outro ponto crucial é, obviamente, ter maiores cuidados com a higiene bucal e fazer dela um hábito diário.
Outros tratamentos comuns são a raspagem, que consiste na remoção mecânica da placa bacteriana presente nos dentes, e a limpeza profissional. Esse tipo de procedimento só pode ser feito por dentistas capacitados em um consultório devidamente equipado!
Como podemos prevenir as doenças da gengiva?
Embora sejam problemas complicados e que podem ter consequências muito sérias, a prevenção das doenças gengivais é bem simples e requer poucos passos — que, normalmente, envolvem pequenas mudanças na rotina. Confira:
- escovar os dentes após as principais refeições e antes de dormir;
- utilizar o fio dental pelo menos uma vez ao dia, antes de deitar;
- reduzir o consumo de alimentos extremamente açucarados, especialmente à noite;
- reduzir o consumo de bebidas alcoólicas;
- parar de fumar;
- visitar o dentista regularmente para consultas e check-ups.
Viu só como a infecção na gengiva pode se tornar um problema muito sério? Esse tipo de situação requer tratamento imediato, para evitar que as coisas se agravem. Felizmente, é fácil identificar os sintomas, ao observar com cuidado o aspecto gengival. Se notar alguma alteração, busque imediatamente a ajuda de um dentista de confiança!
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