As doenças bucais afetam a população mundial em todas as faixas etárias, e isso não é diferente aqui no Brasil. Algumas são mais recorrentes do que outras, mas todas exigem atenção porque comprometem a saúde de um modo geral e a qualidade de vida.
A maioria dessas doenças pode ser evitada facilmente por meio da prevenção. No entanto, os cuidados com os dentes ainda são negligenciados por muitos. Foi pensando nisso que preparamos este artigo.
Nele falaremos sobre o quadro da saúde bucal no Brasil, como a falta de um plano odontológico impacta os cuidados e prevenção e listaremos as principais doenças que afetam os dentes e a boca dos brasileiros. Continue lendo para descobrir como evitar que elas aconteçam com você e sua família.
A saúde bucal no Brasil
No dia 2 de junho de 2015, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) publicou o segundo volume da PNS (Pesquisa Nacional de Saúde) realizada em parceria com o Ministério da Saúde. Esse volume contempla, entre outras informações, a saúde bucal do brasileiro, bem como a cobertura dos atendimentos e planos odontológicos.
A pesquisa mostrou que, nos 12 meses anteriores a ela, somente 44,1% das pessoas entrevistadas tinham passado por uma consulta com dentista. Porém, 67,4% dos brasileiros maiores de 18 anos declararam que a sua saúde bucal era boa.
Embora isso possa parecer positivo, na verdade vem de encontro a uma cultura difícil de ser modificada: aquela de procurar um especialista apenas quando existe algum incômodo. Sendo assim, a maioria das pessoas não procuram um dentista porque acha que não precisa.
Além disso, devemos considerar a dificuldade de encontrar bons serviços na rede pública. As unidades básicas de saúde realizaram apenas 19,6% de todos os atendimentos. Para superar esse problema, existem os planos odontológicos, mas a mesma pesquisa apontou que apenas 5,2% da população brasileira tem um.
Não bastasse isso, os hábitos de higiene bucal dos brasileiros não são os melhores. A pesquisa mostrou que apenas 48,1% dos homens usam escova de dente, creme e fio dental para fazer a higienização da boca. No caso das mulheres, esse percentual é um pouco maior, sendo 57,1%. Também existe uma redução do percentual proporcional ao aumento da idade.
Esses dados são alarmantes porque tal descuido desencadeia doenças bucais que levam a complicações como a perda de dentes. Aliás, a pesquisa apontou que aproximadamente 41,5% das pessoas com 60 anos ou mais já perderam todos os dentes.
São dados alarmantes que mostram a necessidade de uma melhor educação da população brasileira com relação às práticas de escovação dentária e medidas preventivas de doenças bucais, além da importância de consultar um dentista antes que os problemas se manifestem.
As 7 principais doenças bucais e como evitá-las
As doenças bucais afetam tanto os dentes quanto a gengiva e outras mucosas da boca. Elas exigem atenção porque seu quadro evolui e desencadeia problemas ainda maiores. A seguir, listamos aquelas mais frequentes nos consultórios odontológicos, sua causa e prevenção. Confira!
1. Placa bacteriana
A placa bacteriana não se trata de uma doença bucal. No entanto, ela é a principal causa da maioria dos problemas que afetam a boca. Trata-se de um biofilme que se forma no esmalte dentário em função do acúmulo de resíduos de comida. Eles servem como alimento para bactérias, e são elas que desequilibram a saúde bucal.
A prevenção da placa bacteriana é simples. Basta manter uma rotina de higiene adequada realizando a escovação dos dentes após cada refeição, seguida do uso do fio dental. Além disso, é interessante evitar os alimentos que favorecem sua formação, como açúcar, carboidratos simples, amidos e aqueles com textura pegajosa.
2. Tártaro
O tártaro, também chamado de cálculo dental, se forma quando a placa bacteriana não é removida. Diferentemente dela, ele é mais denso, por se tratar de uma calcificação. Os resíduos de alimento endurecem em função do contato com os minerais da saliva e outras reações químicas, então, ficam aderidos ao dente e não se soltam facilmente.
É importante saber que o tártaro contém bactérias, por isso, ele pode levar a quadros de gengivite e complicações da saúde em geral. Também causa o amarelamento dos dentes onde há os seus depósitos. Para prevenir, basta manter uma boa escovação e ser rigoroso no uso do fio dental.
3. Halitose
Popularmente conhecida como mau hálito, a halitose se caracteriza pelo odor ruim exalado pela boca. Esse problema pode estar relacionado com diversas condições de saúde, mas no que se refere à boca, ele é um dos sintomas de problemas como:
- gengivite;
- cárie;
- periodontite;
- saburra lingual;
- xerostomia (boca seca).
Uma pessoa só pode ser diagnosticada com esse problema quando, mesmo sem ingerir nenhum tipo de alimento com odor forte e estando com sua boca limpa, ela continua apresentando mau hálito. A prevenção é feita por meio da higienização adequada, bem como pela realização do tratamento de outras doenças bucais.
4. Cárie
A cárie é uma lesão que se forma no esmalte dentário por causa dos ácidos liberados por bactérias que consomem os resíduos de alimento depositados sobre os dentes. Pode ser muito discreta e não provocar sintomas, mas a degradação do dente é progressiva. Além disso, ele pode ter toda a sua estrutura comprometida, levando à perda do dente.
Prevenir a cárie também é muito simples, porque, assim como para outras doenças bucais, basta manter uma boa higiene. É fundamental escovar os dentes após cada refeição, de preferência com um creme dental com flúor, e usar o fio dental pelo menos uma vez ao dia. Evitar o açúcar e carboidratos simples também ajuda a preveni-la.
5. Gengivite
É uma inflamação que afeta a gengiva, provocada por bactérias que se instalam em suas bordas em função da higiene bucal inadequada. Esses microrganismos liberam ácidos ao consumirem os resíduos de alimento, e o organismo reage com essa resposta inflamatória.
Para que não ocorra, se faz essencial escovar os dentes após cada refeição e usar o fio dental até a borda da gengiva. Mas como essa doença também pode ser causada pelo diabetes, é importante manter a glicose sob controle.
6. Periodontite
A periodontite é também uma inflamação e se manifesta quando a gengivite não é devidamente tratada. O problema se agrava e afeta todos os tecidos que sustentam a dentição, fazendo com que haja um desgaste deles. Com o tempo, os dentes ficam moles e podem até se soltar da boca.
Para prevenir a periodontite, deve-se identificar a gengivite ainda no começo e realizar o seu tratamento até que a gengiva esteja totalmente saudável. A boa higiene também é importante nesse caso para evitar a proliferação das bactérias.
7. Problemas no esmalte
Erosão, desgaste e manchas podem afetar o esmalte dentário, o que aumenta a sensibilidade e vulnerabilidade do dente, além de prejudicar sua aparência. Esses problemas acontecem em função de agressões químicas e mecânicas, bem como higiene inadequada.
Sua prevenção é feita evitando alimentos e bebidas muito ácidos que causam a desmineralização do esmalte. Devem ser evitados, também, hábitos como roer as unhas e morder objetos duros, além de ser fundamental tratar o bruxismo. No caso das manchas, é importante minimizar o consumo de alimentos pigmentados e realizar uma boa escovação.
Percebeu que a maioria das doenças bucais é prevenida com a boa higiene bucal? O acompanhamento com um dentista também é fundamental, pois ele complementa os cuidados em casa. É interessante saber que está prevista uma nova PNS para 2019, e você pode ajudar a mudar os índices brasileiros para melhor. Cuide bem dos seus dentes!
Já que tudo começa com uma boa higiene bucal, descubra como escovar os seus dentes corretamente para evitar a proliferação de bactérias que causam doenças na boca!