É possível que você nunca tenha ouvido falar da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), apesar de ela atingir mais de dois milhões de pessoas por ano no Brasil. Mas não se preocupe, você não está desinformado. Isso acontece porque essa enfermidade é mais conhecida por nomes como bronquite crônica ou enfisema pulmonar.
A DPOC realmente é uma doença que precisa ser entendida e tratada com toda a seriedade. Em 2012, foi a quarta principal causa de mortes no mundo, levando a óbito mais de 3 milhões de pessoas.
O que é DPOC
A DPOC é uma doença que bloqueia parcialmente os brônquios, atinge diretamente os pulmões e que, se não tratada adequadamente, pode se agravar, comprometer a qualidade de vida do paciente e até causar a morte.
Trata-se de uma enfermidade crônica, que não tem cura definitiva e que evolui lentamente com o passar dos anos. Em geral, quando está sob controle, apresenta sintomas similares no dia a dia. Porém, quando o quadro se agrava, ocorrem as chamadas exacerbações, e os sintomas se tornam mais agudos.
Atenção: é comum as pessoas acharem que a DPOC é uma doença que acomete apenas idosos e, por isso, não se preocuparem com ela. Na verdade, a enfermidade atinge principalmente pessoas a partir dos 40 anos, podendo ser identificada inclusive em pessoas mais jovens.
Fatores de risco
A principal causa da DPOC é o tabagismo, seja ele ativo, quando a pessoa fuma cigarro, ou passivo, quando convive com um fumante. Isso porque a fumaça inalada causa a obstrução dos brônquios e a destruição dos alvéolos.
Estima-se que mais de 85% dos portadores da doença são fumantes ou ex-fumantes.
Outros fatores de risco que podem levar ao desenvolvimento da doença são:
- exposição à poluição atmosférica, gases tóxicos ou fumaça;
- idade, principalmente a partir dos 40 anos, quando os sintomas começam a aparecer.
Sintomas
A DPOC tem um desenvolvimento lento, e os primeiros sintomas costumam ser uma discreta falta de ar ao subir escadas ou andar depressa. Com o passar do tempo, a falta de ar se torna mais intensa e surge depois de esforços cada vez menores.
Nas fases mais avançadas, a falta de ar está presente mesmo com o paciente em repouso, agravando-se diante de atividades corriqueiras.
Além desse quadro, outros sintomas da DPOC são:
- tosse constante, com produção excessiva de catarro, ou mesmo seca;
- respiração rápida ou sibilante (com barulho);
- aperto no peito;
- mudanças na cor do muco.
Atenção: outros sinais, como confusão ou sonolência excessiva, representam um perigo iminente porque indicam que os níveis de dióxido de carbono no sangue estão perigosamente altos, o que pode levar a óbito. Nesses casos, o paciente deve procurar atendimento de emergência imediatamente.
Diagnóstico
O seu médico irá diagnosticar a DPOC com base na avaliação de sintomas, histórico médico e familiar, além dos resultados de testes e exames, sendo o principal deles a espirometria, que pode detectar a DPOC antes mesmo do surgimento dos sintomas.
A espirometria, como o próprio nome sugere, mede a quantidade e a velocidade do ar que você expira.
Importante: dados indicam que apenas 12% dos pacientes brasileiros recebem o diagnóstico correto da doença, e que somente 18% acabam recebendo o tratamento correto.
Por isso, é fundamental que o paciente tenha o acompanhamento de um médico especialista. O mais indicado para tratar a DPOC é o pneumologista.
Tratamentos
O tratamento da DPOC pode incluir o uso de medicamentos, mas vai muito além disso, pois exige mudanças no estilo de vida. Portanto, para quem fuma, o primeiro e mais importante passo é largar o cigarro.
Da mesma forma, as pessoas que desenvolveram a doença por conta da exposição à poluição também precisam reavaliar os lugares que frequentam. Isso porque , somente desta forma, elas irão interromper o contato com os agentes causadores da doença.
Medicamentos: como já citado, a DPOC apesar de não ter cura, os tratamentos retardam a progressão da doença, controlam os sintomas e reduzem as complicações.
Os tratamentos mais comuns incluem o uso de broncodilatadores, que agem nas vias aéreas expandindo-as, facilitando a respiração; os esteroides, que reduzem as inflamações e reparam os tecidos do pulmão; e, em casos mais graves, a oxigenoterapia, que consiste no uso de um cilindro que fornece oxigênio extra para os pacientes.
Outras abordagens: o médico também poderá indicar algumas alternativas.
- Reabilitação pulmonar: tem como objetivo fortalecer a musculatura peitoral, ampliar a capacidade respiratória e garantir autonomia na realização de atividades diárias.
- Prática de atividades físicas frequentes e moderadas que melhoram o condicionamento físico, aumentam a capacidade respiratória e ainda combatem a ansiedade e a depressão.
- Avaliação nutricional: uma boa alimentação é essencial para fortalecer o sistema imunológico e prevenir as doenças associadas à DPOC, como hipertensão e diabetes.
Saiba mais