Descubra como a doença celíaca se relaciona com a saúde bucal

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Nem sempre os alimentos que ingerimos fazem bem à nossa saúde. O glúten, por exemplo, é uma proteína encontrada em derivados do trigo que pode causar intolerância — chamada de doença celíaca. Esse problema consiste em uma desordem autoimune, fazendo com que seja necessária uma dieta cautelosa e restritiva.

De acordo com a Celiac Disease Foundation, essa doença acomete uma a cada 100 pessoas ao redor do mundo. Os indivíduos que têm intolerância ao glúten são incapazes de ingerir a proteína e podem sofrer danificações no intestino delgado e dificuldade de absorção de nutrientes essenciais.

E quando pensamos na ligação da doença celíaca com a saúde bucal, será que sabemos os impactos possíveis? Neste texto, você vai entender melhor a conexão entre esses assuntos. Acompanhe!

A doença celíaca

A CID 10 – K90.0 é uma condição autoimune causa pela intolerância ao glúten — proteína que pode ser encontrada na aveia, trigo, centeio, cevada e seus derivados. Também conhecida como “enteropatia sensível ao glúten”, ela é um distúrbio crônico que afeta diretamente o intestino delgado de crianças e adultos geneticamente predispostos.

Essa doença causa atrofia da mucosa do intestino, levando à má absorção de sais minerais, nutrientes e água. Como a origem é genética, ela pode causar anemia, diarreia, osteoporose, perda de peso, câncer e, até mesmo, déficit de crescimento nas crianças.

Os sintomas

Alguns sinais da condição costumam aparecer já entre o primeiro e o terceiro ano de vida, período em que a introdução de cereais nas dietas alimentares é bastante intensa. Os principais sintomas são a dor abdominal, flatulência (gases) e diarreia. Entre outros sinais no organismo, estão:

  • anemia;
  • apatia;
  • barriga inchada;
  • desnutrição com déficit de crescimento;
  • emagrecimento;
  • falta de apetite;
  • glúteos atrofiados;
  • pernas e braços finos;
  • vômito.

O diagnóstico

Os sintomas da doença celíaca são bastante similares aos de outros problemas gastrointestinais, dificultando a certeza de que o glúten é o responsável por tanto incômodo. 

A maneira mais segura de fazer o diagnóstico é realizar a dosagem dos anticorpos contra a proteína presentes no sangue. Outro exame que ajuda é a biópsia do intestino, que verifica se há atrofia das vilosidades e alterações de inflamação na região.

Casos já existentes na família ajudam o médico a confirmar e direcionar a investigação, já que a predisposição genética é um fator de risco para pacientes que acreditam estar desenvolvendo o quadro.

A saúde bucal e a doença celíaca

Agora que entendemos exatamente o que é essa doença, como ela age dentro do organismo e quais as maneiras de diagnóstico, chegou a hora de explicarmos exatamente a ligação da condição com sua saúde bucal. 

Uma vez que alguma doença gastrointestinal afeta o intestino, ela também atinge outras regiões com tecidos moles, como a boca. São várias as manifestações orais da doença celíaca, como ressecamento da boca, defeitos nos dentes e aftas. 

Vamos entender melhor os impactos da doença celíaca na saúde bucal e qualidade de vida!

Ressecamento da boca

O ressecamento da boca, também conhecido como síndrome da boca seca, gera uma frequente sensação de secura na região. Causada pela síndrome de Sjogren — outra doença autoimune nas glândulas salivares — esse ressecamento aparece junto à doença celíaca.

Quando seu organismo não possui capacidade de produzir saliva o suficiente, fica muito mais difícil engolir ou mastigar alimentos. Além disso, pode comprometer a dicção.

Engana-se quem acredita que essa síndrome é apenas um incômodo. Uma vez que a saliva tem papel fundamental na manutenção da limpeza bucal, sua insuficiência pode contribuir para o surgimento de cáries e deterioração dos dentes.

Defeitos no esmalte dentário

Para quem sofre com a doença celíaca, a perda de qualidade no esmalte pode ser um problema. Relacionada ao desenvolvimento precário e à descoloração dos dentes, portadores da condição podem apresentar pontos amarelados, amarronzados, esbranquiçados ou listrados nos dentes.

Infelizmente, esses defeitos causados pela doença são permanentes e, por isso, não desaparecerão com o início de uma dieta livre de glúten. Consulte seu dentista para ver quais procedimentos podem ser realizados para resolver a situação.

Aftas

É muito provável que você já saiba o que são aftas. Porém, alguns tipos dessas lesões orais são causadas diretamente pela evolução da doença celíaca no corpo. Também conhecidas como estomatites aftosas, essas feridas orais desenvolvem-se nos tecidos moles da boca, dificultando a fala e alimentação, além de causarem grande desconforto.

É possível identificar as aftas causadas pela doença a partir de outros tipos dos seguintes aspectos:

  • aftas esbranquiçadas na língua e nas bochechas;
  • imperfeições no esmalte do dente;
  • presença de sintomas como erupções, inchaço, fadiga e diarreia.

Normalmente, elas desaparecem sozinhas, porém se estiverem afetando seu dia a dia e a saúde bucal, não deixe de conversar com seu dentista. Somente ele pode avaliar e indicar um tratamento para aliviar os sintomas.

O tratamento

A principal indicação para quem tem a doença celíaca é a adoção de uma dieta com a total ausência de glúten, uma vez que a exclusão da proteína faz com que os sintomas sumam. Assim, na hora da alimentação, evite ao máximo incluir massas, cereais, pães e assados feitos com grãos que contenham glúten.

O problema é que pode ser bastante difícil para os pacientes diagnosticados conviverem com as restrições impostas pelos novos hábitos. Se esse for o seu caso, procure ler e entender os rótulos dos alimentos e conversar com um profissional da saúde que possa ajudar você a criar substituições saudáveis e eficientes para os pratos do dia a dia.

Alguns dos alimentos permitidos em uma dieta sem glúten são:

  • arroz;
  • batata;
  • cará;
  • inhame;
  • leite e derivados;
  • mandioca;
  • milho;
  • sagu;
  • suco de frutas;
  • vegetais.

Lembre-se de ficar de olho nas ingestões nutricionais e fazer seus exames sempre em dia. Se a falta de nutrientes no organismo for grave, o seu nutricionista ou médico pode recomendar algum tipo de suplementação vitamínica, para aumentar níveis de vitaminas B12 e D, cálcio e ferro, por exemplo.

Agora ficou bem mais claro como a doença celíaca atua no organismo e sua ligação com os problemas orais. Se você tem algum desses sintomas, não ignore a situação! Como vimos, a alimentação saudável e adequada é a principal chave para amenizar os problemas e garantir muito mais qualidade de vida.

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