Entre os subtipos de câncer de mama, o do tipo inflamatório é um dos menos frequentes, representando apenas de 1 a 3% dos casos. Sua baixa ocorrência, no entanto, contrasta com sua gravidade: ele pode apresentar um dos piores prognósticos para as pacientes.
Conhecido também como Carcinoma Inflamatório, o câncer de mama inflamatório é mais difícil de ser combatido devido a associação de dois fatores.
- A dificuldade de detectá-lo precocemente: ele não costuma apresentar um dos principais sinais de um câncer de mama típico, o nódulo. Por isso, ele pode não aparecer na mamografia.
- Ele tende a ser mais agressivo: o tumor cresce e se dissemina mais rapidamente do que os tipos mais comuns de câncer de mama.
Outro problema relacionado ao câncer de mama inflamatório é sua pouca divulgação. Por ser mais raro, ele é pouco conhecido.
Por isso, neste outubro Rosa, mês da conscientização sobre a importância da prevenção e detecção precoce do câncer de mama, divulgamos também esse grave subtipo da doença.
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O que é o câncer de mama inflamatório?
É o tipo de câncer que ocorre quando os ductos linfáticos presentes nas mamas são bloqueados pelas células tumorais. Uma vez que eles são obstruídos, o sistema linfático desenvolve uma reação em cadeia, causando a inflamação da mama.
Sinais e sintomas
Em muitos casos, o câncer de mama inflamatório não apresenta nódulos na região inflamada, o que dificulta o diagnóstico (e pode torná-lo mais tardio). Entretanto, outros sintomas podem ser observados, sendo os mais comuns: vermelhidão, ardor e coceira na mama afetada.
Outros sinais ainda podem ter relação com a doença.
- Calor incomum na área afetada;
- Aumento do peso da mama (que fica mais pesada que a outra);
- Inchaço da pele de modo que uma mama pareça maior que a outra;
- Alteração da textura da pele da mama (similar à casca da laranja);
- Inversão do mamilo (para dentro).
Detecção precoce
Apesar de ser um câncer mais difícil de ser reconhecido, o investimento na prevenção e na detecção precoce ainda é a forma mais segura para se combater o câncer de mama inflamatório.
Para tanto, a paciente deve fazer o autoexame das mamas regularmente, a partir dos 20 anos, (ou de acordo com a indicação médica); e fazer a mamografia de rastreamento a partir de 40 anos, ou a partir dos 25, caso a paciente tenha histórico familiar da doença.
Por isso, a paciente deve fazer consultas médicas regulares com um ginecologista, clínico geral ou mastologista para receber as orientações necessárias.
Saiba mais sobre a prevenção ao câncer de mama.
Diagnóstico do câncer de mama inflamatório
Os principais sinais de câncer de mama inflamatório – a vermelhidão e o calor – também são sintomas comuns de outros tipos de infecções da mama, assim como da mastite (se a mulher estiver grávida ou amamentando).
Por isso, como esses problemas são muito mais comuns do que o próprio câncer de mama inflamatório, o médico pode suspeitar de uma infecção, e iniciar o tratamento com antibióticos.
Esse pode ser o primeiro passo, mas se os sintomas não desaparecerem entre 7 a 10 dias, será necessária a realização de exames complementares para entender as causas dos sintomas.
Importante: o diagnóstico de câncer inflamatório só será confirmado após testes e exames, como os de imagem (mamografia, ressonância magnética e ultrassonografia) e, principalmente, a biópsia.
Tratamento do câncer de mama inflamatório
Não existe um tratamento específico para o câncer de mama inflamatório. Assim como ocorre em outros tipos de tumor, inclusive nas mamas, a escolha do método varia de acordo com cada paciente.
No caso do câncer de mama inflamatório, as variáveis a serem observadas são o tipo de inflamação, o tamanho do tumor, se há disseminação para outras áreas etc.
Na maioria dos casos, porém, os médicos costumam realizar o tratamento via quimioterapia, com o objetivo de reduzir o tamanho do tumor, seguida de cirurgia para retirar a lesão e radioterapia.
Em casos mais avançados, o câncer de mama inflamatório é tratado com quimioterapia, hormonioterapia e/ou terapia alvo.