Como o cigarro afeta o coração (até o dos não fumantes)

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Que o cigarro faz mal à saúde, isso todo mundo sabe. A maioria das pessoas, no entanto, costuma associá-lo apenas com doenças pulmonares, cansaço e alguns tipos de câncer. Acontece que o hábito de fumar é responsável por muitos outros riscos.

Um dos mais graves é a relação, comprovada pela ciência, entre o tabagismo e o aumento da incidência de doenças cardiovasculares, como o infarto e o acidente vascular cerebral (AVC), simplesmente as duas maiores causas de morte no mundo.

Conheça outros riscos associados ao tabagismo

O risco dos fumantes é mesmo expressivo: o hábito de fumar entre os homens, por exemplo, aumenta as chances de infarto em até seis vezes em comparação com aqueles que não são tabagistas.

E mais: quem fuma apenas um cigarro por dia corre os mesmos riscos, isso sem falar nos fumantes passivos, que mesmo sem acender um único cigarro estão sujeitos aos males que ele causa.

Como o cigarro faz mal ao coração

Fumar não afeta o coração de uma única maneira. As inúmeras substâncias nocivas contidas no cigarro promovem um verdadeiro bombardeio contra o sistema circulatório, prejudicando sua estrutura, sua pressão e até seu ritmo.

Uma das formas de “ataque” começa pelas paredes das artérias. O cigarro agride o endotélio, camada celular que recobre os vasos sanguíneos, e acaba interferindo na produção de uma substância protetora, o óxido nítrico.

As artérias, com isso, ficam mais vulneráveis à adesão de placas de gordura, que por sua vez favorecem a formação de coágulos; quando isso acontece, a passagem do sangue fica comprometida, o que pode até causar um infarto.

Outro dano causado pelo cigarro se dá pela pressão alta. Quando inalamos sua fumaça, ocorre um súbito aumento da pressão arterial e o coração precisa fazer mais força para bombear o sangue. Com isso, tanto o próprio coração quanto os rins e os vasos sanguíneos ficam sobrecarregados, aumentando o risco de infarto ou AVC.

O cigarro prejudica ainda o mecanismo de contração e relaxamento dos vasos, o que resulta em uma maior dificuldade para o sangue circular; acelera o ritmo do coração; e causa o espessamento do sangue, dificultando o transporte de oxigênio para o corpo.

Importante: não existem níveis seguros para o consumo de cigarro. Pesquisa realizada pelo Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos mostrou que quem fuma apenas um cigarro por dia já tem maior risco de desenvolvimento de câncer, entre outras doenças.

Ambos os sexos são afetados

Como já alertamos, o homem fumante aumenta seu risco de sofrer um ataque cardíaco em até seis vezes. Já entre as mulheres esse risco pode ser até maior se houver uso de anticoncepcionais.

Isso porque a combinação entre fumo e anticoncepcionais com hormônios (a maioria comercializada) é muito perigosa. Segundo o Ministério da Saúde, o risco de infarto é dez vezes maior em mulheres que fumam e usam métodos contraceptivos orais. Saiba mais.

O risco para os fumantes passivos

É importante lembrar que o fumante passivo também está exposto. Isso porque, mesmo depois que a fumaça se dispersa, as substâncias nocivas do tabaco continuam no ar e podem ser inaladas, causando, entre outros problemas, alterações na pressão sanguínea que afetam o coração.

O fumo passivo ainda apresenta outros riscos não relacionados diretamente com o coração, tais como: agravamento de doenças respiratórias, como a sinusite crônica; aumento do risco de doenças psiquiátricas e de alguns tipos de câncer.

Parar reduz os riscos expressivamente

A decisão de parar de fumar realmente não é fácil. Mesmo com tantos alertas e tratamentos, muita gente não consegue abandonar o cigarro. Por outro lado, essa decisão traz inúmeros benefícios.

Um dos principais é a melhoria do funcionamento do coração e a redução da possibilidade de doenças cardiovasculares. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia, um ano após abandonar o vício, o ex-fumante reduz em até 50% o risco de ter um infarto. Até dez anos depois, ele pode chegar ao mesmo risco de uma pessoa que nunca fumou!

Outros benefícios comprovados pela ciência são: diminuição do risco de câncer no pulmão; melhora do olfato e paladar; ganhos financeiros com a economia; mais saúde para a pele; e maior qualidade de vida de forma geral.

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