Câncer de mama pode afetar mulheres antes dos 30 anos?

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As mulheres mais jovens não costumam se preocupar com o câncer de mama, o que é até compreensível, visto que a grande maioria dos casos da doença ocorre após os 50 anos de idade. Riscos menores, porém, não significam que não há com o que se preocupar.

Dados de pesquisas norte-americanas mostram que aproximadamente 7% das mulheres diagnosticadas com câncer de mama têm menos de 40 anos. Mulheres abaixo dos 30 também são acometidas pela doença, embora em percentual menor.

O problema é que esse tipo de câncer costuma ser biologicamente mais agressivo em jovens. Se associarmos isso aos fatores que limitam a detecção precoce (que serão tratados mais abaixo), as chances de cura ficam menores – e a agressividade dos tratamentos, maiores.

Leia também: sintomas, tratamentos e como se prevenir do câncer de mama

Quem tem mais risco antes dos 30

A incidência de câncer de mama em mulheres jovens, embora rara, costuma se concentrar em quem apresenta alguns dos fatores de risco. O principal deles, sem dúvida, é a predisposição hereditária a mutações dos genes (os mais comuns se chamam BRCA1 e BRCA2).

Em outras palavras, mulheres que têm casos de câncer de mama na família, principalmente na mãe ou irmã, são as que apresentam maior risco de desenvolver a doença ainda na juventude.

Outro dado reforça essa tendência: o câncer hereditário (nome pelo qual são chamados os tumores causados por alterações genéticas herdadas) ocorre mais frequentemente entre jovens do que o câncer esporádico, aquele que não tem relação com hereditariedade.

Outros fatores de risco para o câncer de mama precoce

  • Exposição à radiação na região do tórax durante a juventude, geralmente por causa de alguma radioterapia. Tratamentos do tipo podem afetar a mama em sua fase de desenvolvimento e aumentam o risco de surgimento de câncer de mama.
  • Índice Gail igual ou superior a 1,7%: tal índice é utilizado para avaliar os riscos de câncer de mama de acordo com vários dados, como o histórico familiar, a idade da primeira menstruação e da primeira gestação, entre outros.
  • Demais fatores: uso excessivo de álcool; alto consumo de carne vermelha; sedentarismo; e obesidade.

Muitas jovens ignoram os sinais

As pacientes de elevado risco para o câncer de mama devem iniciar medidas preventivas antes que as demais mulheres. A partir dos 20 anos, elas já devem se consultar com um médico mastologista e/ou ginecologista, bem como realizar o autoexame das mamas.

Saiba mais: como identificar 10 sinais relacionados ao câncer de mama durante o autoexame

Infelizmente, muitas mulheres jovens não tomam esses cuidados. Acreditando que nunca terão a doença, elas acabam ignorando os sinais de alerta, como a presença de nódulos, e acabam postergando o diagnóstico.

Outro cuidado que essas pacientes devem tomar diz respeito à idade recomendada para a primeira mamografia de rastreamento, exame capaz de encontrar o câncer de mama antes do surgimento dos sintomas.

Enquanto as mulheres em geral precisam realizar esse tipo de mamografia a partir dos 40 anos de idade, as do “grupo de risco” devem começar a realizá-lo a partir dos 25.

O diagnóstico de câncer de mama em jovens, porém, é mais difícil. Geralmente o tecido mamário é mais denso quando comparado com o de mulheres com mais idade, o que dificulta a identificação de nódulos pela mamografia.

Por isso, a solução encontrada pelos médicos é complementar a mamografia com outros exames, como a ultrassonografia ou mesmo uma ressonância magnética.

Detecção precoce e prevenção são fundamentais

Embora ainda não exista nenhuma medida preventiva comprovada para evitar o câncer de mama, a detecção precoce pode melhorar significativamente as chances de sobrevivência da mulher diagnosticada com a doença.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), mais de 95% das mulheres cujo câncer de mama se encontra numa fase inicial podem ser curadas.

Por isso, todas as mulheres, em especial àquelas que apresentam mais riscos para o desenvolvimento da doença, devem cuidar desde cedo de sua saúde.

Por um lado, elas devem praticar atividades físicas, evitar excesso de álcool, alimentar-se bem e cuidar da balança. Por outro, precisam incorporar à sua rotina as consultas regulares, bem como a realização dos exames físicos e de imagem.

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